UMA HISTÓRIA DE NATAL ou NATAL INDIGENA


Quinze séculos antes de Cabral
aportar nestas brasileiras terras,
viveu aqui um jovem sonhador
que vivia o mar a contemplar.

O antigos falavam aos mais jovens
sobre a terra sem males, além-mar,
onde a guerra e a morte não havia,
nem doenças ou dor ou sofrimento.

Mirando o horizonte, aquele jovem
buscava avistar tão boa terra
ou dela que viesse um sinal,
provando não ser ela mera lenda.

Numa noite de especial beleza,
em que no céu estrelas abundaram
dando a  idéia do céu descendo à terra,
ou da terra subindo até o céu,

ao longe o jovem avistou a luz
brilhante de uma estrela a se mover
vagarosa ao longo do horizonte
e deter-se, aumentando seu fulgor.

Em êxtase quedou-se ajoelhado
o jovem a mirar tão bela estrela.
Então ele avistou de luz um facho
descendo da estrela rumo ao mar.

Cessaram todos os sons, como se a terra
Inteira e o mar adormecessem.
E um canto ecoou pelo silêncio,
com vozes parecidas vir do céu.

As doces vozes cantavam alegres:
“Nasceu-vos hoje o vosso Salvador”.
A estrela então iluminou o céu
e o jovem uma imagem contemplou:

uma mãe com o seu filhinho ao seio,
um pai ajoelhado a adorá-lo,
homens alados quais aves em festa,
voando em torno daquela família.

A noite então retomou seu curso.
O jovem longo tempo ali ficou
quedo e extasiado com o que vira,
querendo compreender essa visão.

Então seu coração sentiu tal paz
e teve o jovem a plena certeza
que a terra sem males é real
e nela céu e terra se irmanam.

O tempo foi passando e o jovem
cedeu lugar a um velho e sábio homem,
que aos jovens anunciava co’alegria
a terra em que viviam Deus e homem.


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